sábado, 29 de novembro de 2008

- O que não se vê.

Era uma vez um garoto, mas não era um garoto qualquer...era o garoto mais bonito que qualquer um ja pudera ver.
Ele era diferente dos outros garotos, obviamente chamava atenção.
Tinha um andar incomum, parecia sempre estar com pressa pra chegar à lugar algum.
Quando o Sol tocava sua pele, ela se iluminava de um jeito encantadoramente surreal... trazendo aos poucos o calor pros braços, eriçando com graça os pêlos.
Quando a Brisa tocava seu rosto, ela parecia brincar entre seus olhos que, de tão felizes, estavam até mais claros...
Quando ele falava, seus lábios dançavam graciosamente em movimentos únicos e sua voz grave saia levemente entre eles...
Quando a agua molhava seus cabelos, eles emolduravam perfeitamente seu rosto misterioso e fugaz, dando a ele um tom quase místico.
Um belo dia, esse garoto foi gravemente apunhalado em sua auto-estima... chamaram-o de feio...disseram que ele era estranho...incomum...
O coração desse garoto se desfez em milhões de pedaços em um único segundo. Ele nunca quisera saber realmente o que as pessoas pensavam dele...então, porque diabos elas insistiam em continuar falando? Talvez fosse pelo prazer de vê-lo se torturar na propria dor... Talvez fosse pra saciar o desejo daquelas linguas ferinas, cheias de veneno...um veneno letal, chamado palpite.
O garoto se desesperou... Ele estava amando naquele momento, e aquelas palavras entraram de tal forma em sua mente que o fizeram pensar milhões de bobagens: "Eu nunca vou merecer esse alguém, francamente...olhe pra mim, um patinho feio e estranho que mais assusta do que cativa as pessoas". Cada pensamento dele o feria mais e mais...
Até que, de repente, ele virou-se e se deparou com ele mesmo, no espelho.
Ele viu que não era nem um pouco bonito realmente...que não era atraente... que era estranho SIM...
Mas ele também viu que todas aquelas características do começo estavam presentes nele, se ele fizesse uma força descomunal pra enxergar isso.
Ele ainda tinha aquela pele diferente, aquele rosto misterioso e aqueles lábios que pareciam brincar ao invés de se contorcerem pra dizer as palavras.
Foi então que ele entendeu: Só quem realmente o amasse poderia ver esse seu lado tão único...tão especial...
Ele compreendeu que o garoto que o chamou de feio, era na verdade só um dos muitos que ainda diriam isso, por não terem a capacidade Única e maravilhosa de não julgar as pessoas pelo que elas são fisicamente, mas sim pelo conjunto da obra...pelo que elas têm no coração também!
O menino então sorriu... Levantou a cabeça... deixou o patinho feio de lado e resolveu dar lugar ao Cisne grande e belo que há dentro dele...mas que Poucos, e só muito poucos podem realmente enxergar...
Foi assim, é e sempre será...
O amor não se faz só de imagens...e sim dos significados que vc atribui a elas, dentro do seu coração.



Boa noite...

Um comentário:

Philip disse...

Me dá um orgulho tão grande... ^^
Fico feliz .
É como se outro sentimento nascesse onde aquele morreu, e é bom, porque o novo, supera o velho, e quem te fere o coração, jamais alcançará riqueza no coração.